Poucos são os momentos de isonomia entre os brasileiros. Num país conhecido pelas grandes desigualdades e pela clara diferenciação entre as classes sociais, as filas são um dos poucos momentos verdadeiramente democráticos.
Nos supermercados, lotéricas, bancos, farmácias, estabelecimentos de lazer, aeroportos, não existe distinção de gênero, credo ou etnia, salvo os atendimentos preferenciais aos idosos, gestantes ou portadores de deficiência. Contudo, as filas dos bancos são um martírio, principalmente para o trabalhador que não tem tempo durante a semana e precisa sacrificar seu horário de almoço. Essenciais para a população, a maior parte dos bancos não oferece um atendimento nem mesmo satisfatório.
Uma rápida passagem pelas agências da cidade mostra as dificuldades por que passam as pessoas. Não menciono nem o tempo de espera, que já foi regulamentado pela lei estadual 10.993/2001, e raramente é cumprida. A discussão a que me remeto é a das condições a que são submetidos os que esperam para pagar suas contas.
A falta de fiscalização em Adamantina gera transtornos inadmissíveis. Filas desorganizadas que às vezes chegam às escadas e até mesmo à rua, colocando as pessoas ao sol, e morosidade no atendimento. Como se sabe, após a venda do Banespa para o grupo espanhol, outra instituição assumiu a folha de pagamento do servidor estadual.
Mas em Adamantina essa instituição não adotou as medidas necessárias para atender ao acréscimo de demanda. Caso semelhante ocorre no banco que se orgulha de estar completando 201 anos, mas que, com reduzido número de caixas, é um dos que mais demoram em Adamantina.
Outro ponto problemático diz respeito ao banco que ganhou a licitação da folha de pagamento do servidor municipal. Apesar de a demanda ter aumentado, parece que pouco esse banco investiu no bem-estar dos usuários de seus serviços e que esperam em pé por um tempo muito longo. Outra questão é o chamado “atendimento preferencial”, que em alguns bancos da cidade deixa idosos e gestantes em pé por mais de 15 minutos, descaso já fartamente conhecido dos vereadores.
Em 2005, os edis Cleusa Francisco e Celso Mastellini, por meio da lei nº 3.140, tentaram regulamentar a situação visando “dar atendimento digno e profissional aos clientes”, mas nem todas as agências locais cumprem essa disposição. Se existe lei, e ela não vem sendo cumprida, cabe ao poder público fazer com que o seja, porque de seu cumprimento dependem milhares de adamantinenses.