terça-feira, 25 de agosto de 2009

Expectativa de uma grande avenida

A estrada intermunicipal, que liga Adamantina a Lucélia, não tem recebido tratamento adequado. Trata-se de uma vicinal que une duas cidades, que dista uma da outra não mais que cinco km. A população das duas cidades é de quase 60 mil habitantes.

Desde a sua pavimentação, no final dos anos setenta, nenhuma melhoria expressiva realizada. Quase sempre, aplicam-se precários serviços de tapa-buracos e de lama asfáltica, que apenas acabam remediando os problemas. Atualmente há trechos precaríssimos, com muitas crateras. Além disso, o acostamento, de ambos os lados, está tomado de buracos e capinzal, que torna ainda mais precária a segurança do tráfego.

Observe-se que é uma pista muito movimentada. Por ela, trafegam carros, caminhões, motocicletas, bicicletas, carroças e pedestres. Ressalte-se, também, que a vicinal é um trecho curto, se comparada com outras da região. Porém, apesar disso, tem sido muito mal-cuidada.

Sabe-se que a partir de janeiro próximo, o governo do Estado estará investindo na recuperação de vicinais da região de Adamantina, totalizando de 20,8 km previstos, num investimento de R$ 7,8 milhões. Espera-se, portanto, que a vicinal Adamantina-Lucélia receba o tratamento merecido. Ela tem tudo para se tornar uma avenida, com mão dupla, bem sinalizada, e com uma iluminação adequada em toda sua extensão.

Um dos maiores beneficiados desta conquista seria o comércio de Adamantina. Porém, isso só será possível se houver um trabalho político a altura da expectativa. É o que espera a população.

EDITORIAL - Jornal da Cidade - 24/08/2009

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Apenas três suspeitas... Será?

“O Brasil é um asilo de lunáticos onde os pacientes assumiram o controle”, Paulo Francis.

Na tarde de sexta-feira, 20, uma estudante de apenas 19 anos foi internada na UTI da Santa Casa de Adamantina com suspeita de Gripe A (H1N1).

Este seria o terceiro caso suspeito na cidade: um homem de 57 anos estava internado, mas seu estado clínico melhorou e uma mulher de 36 anos faleceu na última semana. Duvido que estes sejam os únicos casos suspeitos em Adamantina.

A segunda suspeita, só foi noticiada após a primeira morte. Apesar da insistência da imprensa em obter informações e alertar à comunidade – ainda mais – sobre a doença. Mesmo assim, as autoridades locais “lavaram as mãos” e permitiram eventos públicos com grande aglomeração de adolescentes.

Não podemos parar de viver, é obvio, no entanto, como dizia minha avó “caldo de galinha e precaução não fazem mal a ninguém”. Enquanto isso, autoridades de Osvaldo Cruz – mesmo equivocadas – divulgaram um ‘pseudo-caso-confirmado’ e alertaram a população. Dias após, identificaram um ruído de comunicação e corrigiram a informação.

Aqui, a ‘cortina de fumaça’ continua. No jogo de bastidores, a população é prejudicada pelo ‘medo’ de divulgar e pela presteza em ‘omitir’.

Há algum tempo, atuava em um jornal de Adamantina quando noticiei o pior índice de mortalidade infantil da história da cidade, dados assustadores, semelhantes aos encontrados em países da África... Eram dados oficiais, porém, muitos ‘poderosos’ ficaram raivosos com a divulgação de tal informação.

Depois disso, senti na pele ou nas páginas, como preferir, o poder do controle da informação. Naquela época, buscava todos os dias da semana obter uma única informação, entretanto, apenas um jornal a conseguia.

Estava instaurado o novo sistema de direcionamento e manipulação. Antes, atuavam como censores nas redações, agrediam psicologicamente, agora, controlam a informação e a direcionam como querem e a quem preferem.

A informação saía das “salas brancas” direto para as páginas do ‘jornal escolhido’. Nenhum questionamento, nenhuma vírgula alterada, nada. Apenas o nome do autor era alterado (pra não dar na cara, é lógico!). E, apesar da “orientação expressa”, a assessoria de imprensa, muitas vezes, lia a matéria depois de publicada ou se curvava à grosseria do ‘poderosão’.

Sei disso porque, durante este processo de controle de informação, trabalhei no ‘jornal escolhido’ e presenciei esta atrocidade. O jornal não tem culpa, afinal todo veículo de comunicação luta para ter exclusividade. A grande mídia até paga!

Dito isso, somente um fato poderá sanar minhas dúvidas quanto ao número de casos suspeitos de Gripe A (H1N1) em Adamantina: analisar o registro de distribuição de medicamentos à base de Oseltamivir (Tamiflu). Caso contrário – com dos fatos citados acima –
duvido!!!!!

Everton Santos - Jornalista
Artigo publicado no Jornal da Cidade - 24/08/2009

sábado, 22 de agosto de 2009

Uma receita e um resumo

Depois de muito refletir sobre os incidentes envolvendo alguns políticos da cidade, cheguei à conclusão de que está na hora de lhes receitar um poderoso remédio: a milagrosa dieta do maracujá. Mas não pensem os leitores que estou de gozação com os queridos cidadãos, pois o que não desejo para mim não desejo para os outros.

No entanto, essa dieta milagrosa exige algum sacrifício. Feita a ressalva, vamos à receita: 1) O doente precisa acordar antes do sol nascer para, ainda em jejum, tomar o suco de sete maracujás sem açúcar e com as sementes trituradas. 2) No almoço deve comer sete pés de alface temperados com sete colheres de vinagre de maracujá. 3) No jantar repete-se o cardápio. Se tudo correr bem, na noite do sétimo dia de tratamento (que dura sete semanas) o doente pode comer sete colheres de mousse da mesma fruta e tomar uma colher de mel.

Agora com a consciência mais tranquila por essa dica para relaxar os nervos do pessoal que tem visto motivo para briga em tudo, vejamos os fatos que marcaram a semana. Na segunda, por falta de energia elétrica, a sessão dos vereadores, realizada em parte sob a luz de um romântico farolete, transcorreu na mais perfeita harmonia. O lirismo da histórica noite só não foi maior porque alguém, depois de arrolar fortíssimos argumentos, se autoproclamou “presidente” de certa bancada parlamentar. Comenta-se que tenha sido essa bombástica declaração que queimou o transformador da Caiuá, o que é mera especulação.

Mesmo sem o romantismo da sessão legislativa, dois outros fatos também são merecedores de registro: o depoimento de valorosos vereadores na delegacia de polícia sobre o famoso caso das telhas e a publicação, lado a lado, da réplica do “capitão” do Íbis e da tréplica do “presidente” do Cosmos, na polêmica discussão sobre o futuro de nosso saneamento básico. Pelo visto está aí mais uma queda de braço que não vai ter vencedor.

Enquanto isso, a popularidade da “presidente” do Palestra da Alta Paulista continua crescendo. Até abaixo-assinado pedindo sua volta à direção da equipe que liderou por mais de três anos vem sendo articulado por ex-comandadas. Quem não vem tendo a mesma sorte é o meiocampista do Íbis que já foi presidente da Câmara duas vezes. Apesar de ser muito habilidoso, no atual esquema tático da equipe o craque não tem vez. A bola continua sendo lançada da defesa para o ataque sem passar por ele.

Enfim, meus amigos, por esse resumo dá para notar que a semana não foi das piores e que encerro minha crônica sem falar do “Faz-me-rir”. É que o time dos partidos nanicos não gerou nenhuma novidade que mereça ser mencionada; aliás, o “Faz-me-rir” não vem acertando um lance, sai mal na foto (Ririri!...) e há muito tempo sequer consegue fazer a bola passar do meio de campo. Fui.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Refém da Sabesp

Por mais que faça, a Sabesp sempre vai ser devedora à população adamantinense, mesmo que troque toda a tubulação e integralize o sistema de tratamento de esgoto. Sabe-se que desde maio de 1977, a referida empresa vem explorando os serviços de água e esgoto do município.

Apesar da tarifação do esgoto em 80% do valor da água consumida, somente em 1998 é que a Sabesp resolveu construir a 1ª lagoa de tratamento no setor leste, no córrego Oriente, responsável por 38% da rede. Isso depois de muita pressão da Apromam e do Ministério Público, sob atuação da então promotora de justiça, Elika Kano, com intensa participação da mídia local. Na ocasião, disseram que em breve ocorreria a construção da 2ª lagoa, no setor oeste, que estaria integralizando o sistema de tratamento. Porém isso não aconteceu. A luta continuou e só por força de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), firmado com o Ministério Público, sob a condução do promotor de justiça, José Augusto de Barros Faro, é que a Sabesp resolveu construí-la. Há de se lembrar que o convênio venceu em setembro de 2007.

Há também de se destacar a dissimulada atuação da Administração Municipal. Desde 2005, quando assumiu o comando, pouca importância tem dado ao assunto. Tanto o é que somente, de última hora, em meados de 2007, resolveu designar uma comissão de trabalho com o fim de estudar o assunto. Porém, apesar dos esforços de membros, a impressão que ficou é a de que tudo foi feito para “inglês ver”. Cada vez mais, fica claro que a estratégia adotada pela Administração é a de fazer a renovação do contrato, com o menor desgaste político possível.

Hoje, às portas da renovação, simplesmente a população encontra-se refém da Sabesp. Certamente com o aval da Câmara, sem alternativa, vai ter que continuar a pagar tarifas superiores, em média 50% a mais, em relação, como exemplo, às de Garça e de Penápolis, que têm sido modelo no setor. Além disso, como está, a população vai ter que arcar com as conseqüências de um processo que, até agora, se mostrou favorável, de forma desproporcional, à Sabesp, sem nenhum ganho concreto para o interesse da cidade.

EDITORIAL - Jornal da Cidade - 17/08/2009

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Ainda sobre política e futebol

Quem disse que política e futebol formam uma mistura explosiva tem razão. As últimas desavenças na cidade comprovam a tese. A propósito, o “pequeno” incidente ocorrido na última sessão de vereadores e a carta aberta sobre saneamento básico do “capitão” da equipe que certos filósofos dizem parecer o Íbis Sport Club, fizeram alguns cartolas repensar as estratégias para o campeonato de 2012.

Com os novos desacordos, agora os dirigentes do (quase ex-) Time dos Sonhos fazem de tudo para impedir que a equipe repita a desastrada história do Cosmos de Nova York. Explico.
Na década de 70, apesar de ter os melhores jogadores do mundo, inclusive Pelé, o time norte-americano nunca ganhou nada importante. Sua curta existência se resumiu a alguns títulos no fraco campeonato ianque e a jogos “exibição”.

Mas ainda é cedo para afirmar que o campeonato de 2012 vai ser decidido entre o Íbis Sport Clube e o Cosmos de Nova York (também conhecido como Time dos Sonhos). Isso porque pintou novidades. Mais duas equipes vêm sendo formadas, e elas podem complicar a vida dos atuais favoritos ao título.

No comando de uma dessas equipes está uma ex-secretária que virou ícone do elenco de futebol feminino que ela dirigiu por mais de três anos. Ainda hoje, “muitas” atletas (que também são educadoras) pedem sua volta ao cargo que ocupou até abril de 2008. E, sendo “Verde” a cor desse time, a agremiação foi batizada de Palestra da Alta Paulista. Dito isso, vamos à quarta equipe.

Gilmar, Oreco, Valmir, Jaime e Sidnei; Ari Clemente, Miranda e Abib; Joaquinzinho, Da Silva e Neves. Essa formação do Corinthians ficou conhecida no ínicio da década de 60 pelo apelido de “Faz-me rir”. A equipe era tão ruim que, depois de apanhar de 7 x 0 da Portuguesa, o legendário goleiro Gilmar deixou o Parque São Jorge em seu DKW (espécie de Fiat 147 da época, ops!) e foi para o Santos.

Recordo esse capítulo da história do Timão para dizer que em homenagem ao elenco alvinegro do início dos anos de 60, a quarta equipe que está sendo treinada para 2012 vai se chamar “Faz-me rir”. Esse time será formado pelos partidos nanicos e terá como estrelas alguns “jogadores” que não raro aparecem em fotos nos jornais agarrados ao pescoço de honestíssimos políticos, como se tais personagens fossem a taça Jules Rimet. Aliás, um de seus principais jogadores recentemente posou feliz da vida abraçado a Paulo Maluf, como se o rei das contas na Suíça fosse um troféu.

Depois dessa proeza, o craque tem tudo para ser aclamado capitão da equipe do “Faz-me rir” em 2012. Essa vantagem que a foto com o ex-hóspede da Polícia Federal dá ao craque do “Faz-me rir” só poderá ser anulada se alguma outra celebridade do gênero, como Celso Pitta ou Renan Calheiros, aparecer por aqui e um outro jogador do “Faz-me rir” resolver abraçá-lo diante das lentes dos cronistas sociais da cidade.

Enfim, caro leitor, agora que você sabe que o campeonato de 2012 será disputado por Íbis, Cosmos (ex-Time dos Sonhos), Palestra da Alta Paulista e Faz-me rir, o resto é com você. Quanto a mim, já que as coisas andam de mal a pior para quem escreve crônica em Adamantina, mais uma vez encerro um texto sem saber se vai ter outro na semana que vem. Fui.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Onde estavam os vereadores de Adamantina?

No último sábado, vereadores de várias cidades se reuniram em Dracena para discutir problemas da região. O encontro propôs formar uma associação na Nova Alta Paulista, com o objetivo de favorecer a discussão dos assuntos regionais com o legislativo estadual e implementar medidas que visem o progresso dos respectivos municípios.

Estiveram presentes vereadores e 11 presidentes de câmaras municipais. Osvaldo Cruz, Lucélia, Tupã, Mariápolis, Pacaembu e outros municípios vizinhos se fizeram representar. Na ocasião foram debatidas questões como o impacto das penitenciárias e a importância da nova entidade. É uma reunião que mostra maturidade. Mas onde estavam nossos vereadores?

Não se pode pensar em coordenação regional sem a participação de Adamantina. Uma cidade que se orgulha de ser polo educacional, referência na área cultural e de eventos, de ter um atrativo comércio e de contar com políticos bem relacionados com deputados não pode ficar alheia a tais acontecimentos. A rigor, deveria encabeçar os esforços para a sedimentação da nova instituição.

É provável que nossos vereadores tenham tomado conhecimento da reunião, feita num final de semana para facilitar o comparecimento. Ou nossos edis não foram convidados para o evento? Se isso ocorreu, trata-se de uma demonstração de desprestígio do legislativo local. Caso o convite tenha sido feito, por que não se enviou um representante?

Raros são os momentos em que os políticos da região deixam as diferenças de lado e decidem trabalhar em conjunto. A própria associação de prefeitos, a AMNAP, tenta sair dos anos de apatia. Adamantina perde a oportunidade de se colocar à frente das discussões regionais e de se lançar como força representativa. Numa época em que os grandes líderes mundiais trabalham de forma coordenada e buscam tomar decisões em conjunto, nossa cidade falta a um encontro de agregação de forças. É uma pena!

A ausência de nossos representantes nos faz acreditar que ou há apatia ou há supervalorização de Adamantina nos assuntos regionais. Depois da perda de verbas, de instituições e de benefícios para outras cidades da região, sobram as costumeiras justificativas, mas elas não resolvem. O que precisa de fato é uma atuação forte e voluntariosa de nossos políticos para impedir que perdas maiores ainda venham a ocorrer. Que se comece pelo envolvimento dos vereadores nos fóruns regionais, nos quais não só mostrem espírito de luta, como também disposição para liderar todo e qualquer esforço em favor da região.

A mágoa em cidade pequena


Desde menino o senhor Ressentido mora na mesma cidade. Em 1982, ele e Pedro tiveram um atrito; hoje quando ele cruza com Pedro, finge que não vê. Em 1984, João apoiou um mau político adversário de Ressentido só para tirar vantagem; desde então, Ressentido o despreza. Em 1987, Ressentido ouviu dizer que Tião falou mal dele; como já tinha havido um boato desses em 1979, ainda hoje Ressentido não entra onde Tião esteja. Em 1991, Paulo fez pouco-caso de Ressentido, que a partir daí não quer vê-lo nem pintado de ouro...

Essas mágoas, mais as da infância, as da vida de moço e uma infinidade de outras foram se acumulando até fazer de Ressentido um amante do quarto escuro, do telefone mudo e do muro alto.

O fato é que, numa pequena cidade, onde as mesmas pessoas frequentam os mesmos espaços a vida inteira, o ressentimento é mais presente e incômodo. Quanto menor o lugar, mais mágoa. A pequena comunidade em que a amizade une a todos num laço comum de bem-querer até existe, mas na imaginação de quem vem da capital passear.

Está certo, a mágoa é uma defesa natural como qualquer outro instinto, mas não deixa de ser de boa estratégia relevar certas coisas e conviver com todos, mesmo que se tenha maior aproximação só com alguns poucos escolhidos. Falo aqui de conveniência, não de perdão, palavra que apenas designa uma nobre intenção. Calar a mágoa talvez seja algo para uma espécie bem superior à nossa.

Se o rancor diminui é porque a pessoa que magoou perdeu a importância para o magoado, não porque ele decidiu perdoá-la. Quem tem poder sobre os próprios sentimentos? “Engana-se aquele que acredita que os grandes personagens possam esquecer as velhas injúrias em virtude de novas vantagens”, disse Maquiavel. É verdade, mas ele se enganou em restringir-se aos grandes personagens. Por acaso, os “pequenos” personagens pertenceriam à mesma espécie dos ursinhos de pelúcia?

No sentido que dissemos, perdão, esquecimento e descaso são sinônimos e nenhuma dessas palavras tem relação com bondade ou maldade. A pessoa que convive apesar da mágoa é aquela que entende que a mágoa não precisa impedir o relacionamento com alguém; até porque ela também precisa da tolerância dos outros. Não é boazinha, mas apenas uma pessoa prática, que gosta de si mesma e de ver as coisas andarem. E, convenhamos, a tolerância não só é um esforço em favor do bem comum como também uma demonstração de civilidade.

domingo, 2 de agosto de 2009

Medida necessária?

A formação do historiador levanta a cautela no posicionamento em fatos recentes. Condicionado pelas circunstâncias a análise racional pode ficar comprometida, o que equivale deixar-se levar pela paixão. No entanto, cabe ao articulista pensar o presente e não se esquivar dos assuntos importantes para a comunidade.

Semana passada ganhou destaque em Adamantina a suspensão das atividades escolares em decorrência da possível contaminação dos alunos pelo vírus H1N1, conhecido como gripe suína. Afirmo “possível contaminação”, pois não foi registrado nenhum caso da doença na cidade.

Algumas escolas, por determinação da Secretaria da Educação do Estado, prorrogaram o início das atividades. Mas as medidas referentes às escolas municipais, colégios particulares e a FAI foram tomadas pelas autoridades locais. O cancelamento das aulas pode ser precipitada, pois criou-se na cidade uma sensação alarmista, mesmo sem motivo aparente.

Não se fundamenta a justificativa das autoridades e da direção da faculdade quando afirmam que os alunos, moradores de outras cidades e estados, podem trazer o vírus ao município. Daqui duas semanas a chance de contágio não será a mesma ou até maior? Os estudantes que ficaram em suas cidades continuarão correndo o risco de contaminação. A medida teria eficácia preventiva se nossa região contasse com inúmeros casos. Não é o que ocorre.

Seguindo a recomendação da Secretaria Municipal de Saúde, as escolas particulares também cancelaram suas atividades. A sensação de alerta tomou conta da cidade. Apesar de nenhum caso registrado, quase não se encontra o remédio destinado ao tratamento da gripe nas farmácias, mesmo o produto tendo alto custo. Muitos correram em busca do álcool em gel e mães preocupadas não querem mais que seus filhos se reúnam com outras crianças. Nas conversas informais o tom é de apreensão.

A mídia e as autoridades federais reforçam que a gripe suína não representa grande risco a população. Lavar as mãos com frequência e não colocá-las nos olhos, boca ou nariz já são suficientes no atual estágio. Em recente entrevista, o ministro da Saúde José Gomes Temporão afirmou que 99,6% das pessoas que contraem o vírus não serão afetadas, pois as defesas naturais do corpo se encarregam de combatê-lo.


O cancelamento das aulas em áreas de alto risco é uma medida de impacto positivo, caso que não se enquadra Adamantina. Não há motivo para tal medida. Campanhas nas escolas e na mídia local teriam maior efeito. Nossas autoridades precisam pensar a cidade em sua realidade e tomar posições condizentes com os fatos. A suspensão das aulas e a discussão sobre o toque de recolher mostram que há uma disposição aos modismos e a fraca análise da conjuntura local. Não é isso que se espera daqueles que tem o destino da cidade em suas mãos.