Hoje ele está salvo. Imponente, faz parte do patrimônio histórico de Adamantina e pode descansar, sabendo que, amparado pela lei, ninguém pode retirá-lo de lá. Altivo, tranqüilo, encontra-se na Praça Deputado José Costa. Meio sem jeito, é verdade, pois o ambiente é uma homenagem a imigração japonesa em nossa cidade, e sua figura está um tanto descontextualizada no local. Contudo, pelo que passou, o busto do Cônego João Batista de Aquino está bem instalado, se levarmos em conta a contenda criada em torno de tal efígie. Poucos sabem, mas a imagem de Nossa Senhora Aparecida, instalada na entrada de Adamantina, não pode se dar ao luxo de ser a única a causar problemas em nosso município, que conta com uma história de fatos marcantes e pitorescos em sua história recente. Corria o ano de 1962 e, nesse momento, surgiu um movimento que, iniciado por seus correligionários, incentivou a população de Adamantina a requerer a colocação do busto. Bem, nada mais justo. Cônego Aquino foi prefeito de Adamantina. Contudo sem muito fazer pela administração pública, pois seus problemas de saúde o impossibilitaram de exercer as funções que o cargo exigia. Mesmo assim, talvez por sua ligação com a Igreja, instituição historicamente presente em nossa sociedade e que maneja sua pesada mão de tradições tentando impor seus dogmas e seus ícones a toda a população, a idéia ganhou força. Creio eu, que os familiares de todos os ex-prefeitos poderiam reivindicar tal honraria, mas não é hora de entrar nesses méritos. Todavia, por questões políticas e afins, Cônego Aquino, que não foi unanimidade no meio político, não teve o projeto para a instalação de sua imagem aceita pelos legisladores do momento. Mesmo assim, utilizando de medidas ‘paralelas’ o busto foi colocado no jardim da estação. Segundo Tino Romanini, Presidente da Câmara na ocasião, esse ato foi considerado autoritário e desrespeitoso frente à lei do município, pois a ‘homenagem’ foi alocada sem a autorização do poder público, levando a acreditar que alguns se colocavam acima da lei, tentando prevalecer suas convicções pessoais. Neste momento, Antônio Cescon, prefeito de Adamantina, pediu para Tino Romanini tomar as medidas legais cabíveis ao fato. Dessa forma, o busto do Cônego Aquino foi arrancado da praça, o que criou um grande desconforto frente a setores de nossa comunidade. O imbróglio durou algum tempo e, devido à grande pressão, a câmara autorizou a recolocação do busto, por meio da Lei nº 698/63. Esse fato, para alguns, mero acontecimento adamantinense, deve ser tratado com máxima atenção, quando se estão em jogo o poder público e os legisladores de nossa cidade. A lei deve ser cumprida sem restrições, atendendo sempre a todos os setores de nossa sociedade, que devem ser consultados em certas ocasiões. A ingerência da religião, em certos assuntos, não deve ser permitida, como o caso citado acima e, também, a mudança na comemoração do aniversário de nosso município, para 13 de junho, no intuito de atender pretensões político-religiosas. Por vontade de um grupo, ensinamos, erroneamente, a história de nossa cidade há muito tempo. Bem, essa é uma questão relevante e espero que muitos reflitam sobre os fatos. Os problemas, por que passaram o busto do Cônego Aquino, não podem ter sido em vão. Espero que Adamantina tenha aprendido a lição.
2020... 366 dias... que ano!
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O que falar deste período de tempo de 365 e/ou 366 dias (sim, pois 2020 foi
bissexto!), que classificamos de ano?
De início fui surpreendido com um conv...