Quem passou pelo poliesportivo na última semana percebeu que a Expoverde se tornou a maior, e talvez a única, festa popular de Adamantina. Razoável número de barracas, envolvimento de diversos setores da sociedade, bom con-sumo e grande comparecimento da população. Mas o sucesso do evento mos-trou problemas de organização que talvez as belas imagens do recinto lotado não deixaram evidentes.
O grande diferencial do evento é sua gratuidade. As milhares de pessoas que entram no local, somadas às que ficam de fora por medida de segurança, quan-do os portões são fechados, geram desconforto em quem é proibido de entrar. O exagerado número de brigas mostrou que a segurança não deve ter recebido a devida atenção, nem mesmo no interior do recinto. Por sorte não ocorreram problemas mais graves, já que não houve revista todos os dias.
A desorganização das filas foi outro problema, tanto na entrada como na própria festa, gerando insatisfação aos que ficavam para trás enquanto outros passavam na frente, seja por “esperteza”, seja por “privilégio” concedido por aqueles que deveriam organizá-las. Não é de hoje que tumultos ocorrem por problemas dessa natureza.
Ficou claro também que não houve restrição à venda e fiscalização em rala-ção ao consumo de bebidas alcoólicas para menores. Essa permissividade se deu em todos os ambientes do recinto. Um evento organizado pela administra-ção pública deveria dar especial atenção a esse fato, até mesmo realizando campanhas educativas no local, envolvendo o Creres, o núcleo de psicologia da FAI e a sociedade. Mas, pelo que seu viu, não houve nenhuma preocupação nesse sentido.
A prática de rodeio na Expoverde também é contraditória, já que a proposta do evento é discutir a sustentabilidade e a cultura cidadã. Existem inúmeras críticas em relação a essa modalidade de “esporte”, principalmente quanto ao tratamento dado aos animais. O interesse de alguns não deve sobrepujar a ideia mestra do evento de, como o próprio nome diz, privilegiar o verde e todos os significados que essa palavra tem nos dias atuais. O que se notou foi o entrete-nimento e o estímulo ao consumo, e quase nada de “cultura cidadã”. O lado mercadológico teve maior expressão este ano.
De modo geral, a população de Adamantina aprova a Expoverde, ainda mais quando a cidade é tão carente de atrações populares e onde muitos não podem pagar os altos preços cobrados pelo RTA em junho. Mas o bom compareci-mento dos munícipes não deve apagar os problemas da festa e a mudança de foco ocorrida este ano. Segurança, respeito à população e conscientização so-cioambiental devem ser a meta dos organizadores. Será que, a despeito do su-cesso da festa, essa meta foi alcançada em 2010?
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