quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Os Encastelados – Um sitcom adamantinense

Adamantina é uma cidade engraçada. Fatos pitorescos ocorrem todos os dias em nossa cidade e, devido a isso, não devemos desperdiçar essa farta matéria-prima. De todos os grandes comediantes que temos por aqui, nativos ou não, há uma classe que não se apresenta muito, mas quando o faz, nos deixa inebriados com tamanha desenvoltura e perspicácia. Não, não estou falando dos políticos. Seria fácil demais, a piada já estaria pronta. E esses, como muitos já sabem, são bem conhecidos. Estou falando de outro tipo, pessoas que estão em menor evidência, mas que não deixam de dar seus pitacos. Esses belos atores são os intelectuais. Ou melhor, os pseudo-intelectuais. Talvez só reconheça um quem também o seja, mas não é o momento de fazer autocrítica. Para facilitar o texto usaremos apenas intelectuais. Alguns desses adamantinenses seriam ótimos protagonistas de um programa humorístico. Inglês, de preferência, pois o humor britânico é mais sutil e agrada os paladares artísticos mais exigentes. Seria algo simples, sem muito investimento, pois o centro seria as atuações, ou melhor, o conteúdo. Posso imaginá-los. Devem ser um pouco gordinhos, afinal, intelectual que se preze não deve se preocupar com o físico. Isso é imposição da indústria cultural alienante. Não devem aparecer sempre, é verdade, pois um bom intelectual só deve se manifestar em momentos propícios, quando a escuridão reinante precise de alguma luz esclarecedora. Por isso, deveria ser algo mensal. As piadas devem ser sutis mas, levemente irônicas, usando, com moderação, algumas pilhérias cotidianas. O intelectual não gosta de entregar a comédia pronta, deve instigar o espectador, fazer um ‘humor inteligente’. Um bom sitcom intelectual deve ter um tom crítico em relação à sociedade. Os personagens devem ser analistas bem informados, alguém que retire dos movimentos mais corriqueiros a massa bruta para seu espetáculo. Alguém da academia, obviamente. Devem zombar das tradições, mas também dos modismos. Contudo, ser a todo o momento relativista, afinal, intelectual sempre deixa algo no ar, não entrega nada fácil. Fariam um humor um tanto Andy Kaufman, afinal, nem todos os compreenderiam. Cada um teria seu bordão, algo do tipo ‘Pelas barbas de Marx’, ou, ‘Que Shakespeare não nos ouça, mas... ’. O problema seriam as críticas. Um intelectual que se preze não aceita que o julguem. Sua verdade é inabalável, e os grandes pensadores estão aí para não o deixarem mentir. Eles fogem do escrutínio, principalmente se for do cidadão comum, isso é inadmissível para os doutos. Entretanto não desistiriam de tal empreitada, afinal, acreditam que o humor, principalmente o sarcástico, serve para desanuviar mentes e acordar sociedades em estado latente. Essa não é uma obra de ficção, ‘Os Encastelados’ existe em Adamantina. Resolveram sair de seus pedestais, para o deleite dos pares. Aguardamos agora os novos capítulos.

30 comentários:

Mauro Cardin disse...

Gostei!

Anônimo disse...

Se eu pudesse dar um conselho em relação ao futuro, diria use filtro solar. Os benefícios em longo prazo são ótimos.

Vamos a principio do vácuo.
Você tem o habito de guardar magoas, ressentimentos
, raivas e medos?
Não faça isso, é antiprosperidade.
É preciso criar um espaço, um vazio, para que coisas novas cheguem a sua vida.
É preciso eliminar o que é inútil em você e na sua vida, para que a prosperidade venha.

Londrina disse...

Caro Bruno
Em dias de pouca umidade (e de nenhuma criatividade) nada melhor que um texto de qualidade para ser refletido. Parabéns companheiro!

Mauro Cardin disse...

Bruno, será que você e seus amigos do alto saber não estão precisando discutir o relacionamento?

Anônimo disse...

Olá Mauro,

Amigos do 'Alto Saber'? Bem, somos apenas aprendizes e diletantes, talvez, até mesmo, inferiores ao símio que nos encabeça todos os dias.

O máximo que conseguimos, na maioria das vezes, é fazer as pessoas rirem.

Claro, com exceção dos mestres e doutores, mas esses estão alguns degraus acima!rs

Ah, só uma questão, se o 'Índio Jaguara' se interessar em publicar textos no Ágora, as portas estarão abertas. Desde que, é lógico, se identifique e não copie textos de outros lugares, como o fez com o blog:

http://trigalfa-publicado.blogspot.com

abraço

Anônimo disse...

Como publicar um pseudo-artigo.

Crie um fantasma, mesmo que seja religioso.

Arme uma cilada racionalizadora

Fabrique uma fonte de credibilidade e sinceridade

Estabeleça um “GRANFALLON”

Use persuasão autogerada.

Construa apelos vividos.

Use a pré- persuasão.

Use heurísticas em lugares comuns com freqüência.

Ataques seus oponentes destruindo seu caráter.

Um artigo pode ser usado como propaganda?

Tenho pavor das suas respostas fáceis, mesmo escalpelado aceito o convite, tomará que não necrose minhas idéias.


.

Anônimo disse...

Modesto!
Palavras sobre um novo tempo disseminando-se. Botões do saber desabrochando. Só falta um marco para a cidade, algo como a Semana de Arte Moderna (ironia, mas, não vaga), âmbitos adamantinenses talvez não permitam. Talvez.

Anônimo disse...

Arte Não...rafael...neste corredor da morte vc quer falar de arte?
Vamos discutir as leis, a AMNAP, a faculdade, as ruas remendadas, a política, os egos alheios, os sem-partidos. Nisso temos esperança.
O cinema antigo despedaçado, a "cultura" como produto de reprodução de qualquer lugar, a arte, a produção local? pra que?
No have money!

Anônimo disse...

Não discutirei com plagiadores!

Quem se acorvada atrás de pseudônimos e se utiliza de produção intelectual alheia, por falta de idéias próprias, não tem envergadura moral para entrar em uma discussão.

Quem sabe um dia teremos um confronto justo e construtivo.

Até mais!

Anônimo disse...

Nossa!!
Isto virou o monte olimpo
Bruno, um mortal como eu pode dar um pitaco, neste espaço?

Anônimo disse...

"Quem sabe um dia teremos um confronto justo e construtivo."

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
agora sim o´negócio virou faroeste...kkkk...tá rolando até duelo.

Jé Theodoro disse...

Bruno, esse tipo de discussão vai levar o blog ao descrédito e ao seu término, nós já tivemos uma experiência na nossa adolecência lembra?

Mauro Cardin disse...

Bruno, em 4 de setembro o colega de blog Jé Theodoro colocou uma questão para ser debatida. Poucas horas depois você postou este seu artigo, aliás bom artigo. As pessoas aqui no blog têm dado um tempo de pelo menos dois dias umas às outras. Foi um descuido seu, não é mesmo?

Anônimo disse...

Será que não foi ciúmes?Quem será que esta desvirtuado o blog? Os inominados ou o próprio dono.

Anônimo disse...

todos vcs estão abaixo desse texto que critica determinada ação ou determinados "intelectuais"..ficaram ofendidos por não serem "intelectuais" solitários...kkkk..fiquem com jesus de nazaré.

Anônimo disse...

Olá Mauro,

Esse texto já estava programado para sair no Jornal Impacto desde segunda-feira. Como sempre menciono aos leitores que eles podem encontrar meu artigo no Blog entendi que seria necessário colocá-lo na sexta, dia em que o jornal circula.

O artigo do Jé é de extrema relevância e acredito que deve ser melhor debatido. Todavia, entendo ser totalmente viável discutir ambas as idéias ao mesmo tempo.
Já coloque a minha contribuição no texto na AMNAP e aguardo os outros leitores.

abraço

Anônimo disse...

Tem alguem aiiii.......?

Anônimo disse...

Olá Meus Queridos Intelectuais Inatos ou não.

Depois de muito me conter, me assisto rendida aos deleites do Blog "Olimpo".

Caro Bruno,por mais que não desejo, entro por fim à inumeras possibilidades de interpretação do seu texto...estas Psicologicamente embasadas ou no popular e inevitavel "achismo".

Admiro a iniciativa de criar um espaço para discussões politicas e afins...mas os afins ultrapassam a marca do digerivel e confesso cair as gargalhadas quando leio algumas postagens.

Acredito que existam muitas pessoas em Adamantina com capacidade intelectual indiscutivel, no entando, preferem ficar acomodadas em suas "poltronas do papai", se embriganado de seus proprios saberes.

É muito fácil abrir a "cachola" e "vomitar" possibilidades de politica publica, gerenciamento de instituições com principios falidos e ou até mesmo dizer que a cultura não vai bem a nossa mesa de "arroz e feijão"; eu gostaria de ver esses homens e mulheres que falam e escrevem bem, conhecedores das grandes filosofias, mestres, doutores, capazes de entender linguas estrangeiras, disponibilizarem-se a engrandecer a intelectualidade na cidade, ensinar por paixão...Já pensaram que maravilha seria uma "casa" com cursos, palestras, discussões sociais e politicas, aberta à comunidade...tudo "FREE"..em prol do saber?

Não sou intelectual...apanho nas aulas de inglês, mas meus queridos, admiraveis homens e mulheres com grande capacidade de aprender, vamos à luta no sentido de mudar a realidade da "eguinha pocotó" e não de lavação do ego.

Abraço.

Anônimo disse...

Me parece que o seu acaba de ser lavaaaaaado de corpo e alma...

Anônimo disse...

Lamento, caro Anonimo, não espere de mim uma terapia em grupo.
Abraço

Anônimo disse...

Já consegui...

Bruno Pinto Soares disse...

Cintia,

Belas palavras. Concordo com a maioria, não todas!

Fico feliz com sua participação em nosso espaço. Vamos continuar cutucando, para que apareçam os 'encastelados' e as raposas!

abraço

Anônimo disse...

Olá garoto Bruno!

Agora vai ser dificil ficar longe...kkkk

Mas é assim,mesmo querido, sempre em busca de opniões diversas para a construção das nossas verdade.

Abraço

Anônimo disse...

Na verdade após ler o artigo, indaguei-me sobre quem efetivamente seriam os verdadeiros intelectuais “almofadas e travesseiros” que estariam por traz da velha cidade jóia. Inesperadamente vieram-me à cabeça alguns poucos professores, desde os tempos de colégio, até aos que hoje lecionam em minha vida. Posteriormente, fiquei a pensar se meus amigos, velhos truques de bar, seriam os tais intelectuais “encastelados” deste reino de minha morada. Por ultimo, e já não fazendo critica alguma a qualquer meio que possa ser objeto de pronuncia e admiração, pergunto-me se este o qual me direciono agora realmente fosse o repouso dos atores que proclamam suas “verdades”, sentados em tronos, de mais aconchegantes, esperançosos de seus “clics virtuais”, órfãos de uma efetiva representação. Por fim, e já chegando aonde pretendia chegar, seriamos todos nós, que não nos representamos, que não nos efetivamos, nós que nos contentamos em presenciar autores em linhas, em falas, em vocabulários complexos e idéias oriundas de vários anos de poltronas e poltronas atrás de uma instante ou de um computador, enfim, seriamos então nós, alunos e professores, inertes na mesma posição esperando que nossas vontades criem pernas e de fato nos represente frente aqueles a quem almejamos melhoras, seriamos nós, eu e você, os “almofadas e travesseiros” que de longe opinamos sobre nossa situação? Quem de nós conhece a estrutura daquilo que imploramos melhorias. Quem de nós conhece aqueles a quem devotamos educação, saúde, e emprego. Quem de nós sabe realmente quem são os outros além da gente. Pensar sobre isso talvez fosse razão, porém acredito que não. Aconselharia algo mais, que fuja do estereótipo, “eu, cadeira, caneta”. Sair na rua, tentando não ser intelectual, dando continuidade aos diversos tipos de falas, porém, com práticas alternativas às que no momento produzimos por aqui. Mesmo que essas sejam de grande valia, vendo o contexto difícil em que estamos inseridos.

Parabéns pelo blog... abraços.

Anônimo disse...

Caro Bruno, devo acreditar, pela conjuntura de seus scritos e críticas, que os "intelectuais" aos quais voce se refere devam sair do escuro e ir ao trabalho, certo? Devam talvez se envolver na política adamantinense escrevendo artigos ou analisando "açoes" nos microfones públicos? Devam escrever para o blog talvez? Ou, quem sabe, devam deixar de ser intelectuais? (Se é que os são) O que vc tem feito a mais do que esses que rotula como "intelectuais"? Deferido críticas ao seu silencio? O silencio desses intelectuais talvez digam muito para quem tem boa audição caro Bruno.O silencio, deve saber voce, é uma voz que grita e incomoda (de fato!). Voce, talvez um intelectual reprimido, na verdade não quer que esses intelectuais platônicos ou reais deixem de existir.Voce e seus amigos debatedores de idéias e nao de pessoas (Vide Título do artigo)querem na verdade que existam os que nao sao como voces, assumindo uma postura acirrada contra esses, mas desejando ardentemente que eles existam. Voces nao debatem idéias porque precisam, infelizmente, debater pessoas. O que o renomado articulista tem feito a mais do que alvejar o castelo dos encastelados da janelinha do outro castelo? O que o povo tem opinado nessas atitudes democráticas? Aliás. o povo conhece o blog? participam de suas discussões de "idéias"?. Gostaria de conhecer seus projetos para a cidade jóia!
Sorte.

Anônimo disse...

Cíntia Scoriza...quem será essa? Uma poeta do romantismo tardio, talvez?
me parece que agora há uma proposta para os intelectuais da cidade? Um curso "Free" para ensinar a população!
É isso ae...acho ótimo...Mas francamente, nao sei se seria algo muito ezequivel sanar suas deficiencias elementares sugerindo um "cursão" ministrado pelos intelectuais da cidade nao axa? Além do que, eles precisam pagar suas contas, ganhar seu pao de cada dia, alimentar seus filhos..."Ensinar por paixão" como vc sugere e deve ter tempo para isso (alias, vc trabalha?) é necessario ter salário né qerida...há algo mais apixonante do que fzer algo "por paixao" e ser remunerado para isso cara colega?
Bem, gostaria de saber o que vc faz por paixao na cidade? mas antes me responda quem é voce e do que vc vive!
abs

Anônimo disse...

Olá Anônimo.

Não sei bem com qual anônimo posso me dirigir, alias é só um neste blog, ou outros também assinam assim.
Concordo com você sobre a remuneração, nem faz ideia do quanto, fazer algo com paixão e ainda pagar as contas creio ser o desejo de todos, mas me parece bem comodo ficar escondido atrás de uma tela de pc, fazendo criticas as quais poucas se controem do que fazer algo pela sua paixão e ver esta realizar-se.
Bom...sobre quem sou...sou a Cintia Scoriza que para meu ver já sai na sua frente porque assino com nome e sobrenome, uma coisa basica que fazem com a gente nos cartorios quando nascemos.
Se trabalho??? Opaaaaaaaaaa...por paixão e remuneração....vixiiiiii...o dia todo e ainda vou na faculdade a noite...bem cansativo...e é uma delicia esta vida!
Também tenho filho que preciso alimentar a barriguinha e a cabecinha, que assim como eu vive de comida e de ideias.
Ahhh, vc não sabe o que faço por paixão???hummmmmmmm...vc não deve prestigiar os eventos culturais na cidade, né querido (a)...prefere SP?
Ms de qualquer forma e sem pedras na mão, me mande um e-mail ficarei feliz de sanar as suas duvidas sobre mim se isso é tão importante. ou leia neste bolg " Bienal vs.Braz.
ABs

Anônimo disse...

Caros,

Belo debate. Percebe-se, antes de tudo, a pretensão daqueles que se identificam com o artigo e se colocam no posição de 'intelectual encastelado'.

Tentam me colocar no mesmo balaio. Creio que nunca me posicionei como intelectual, muito menos portei as insígnias simbólicas de tal posto.
Todavia, a crítica é válida e prometo refletir sobre minha posição na atual conjuntura. Talvez esteja na masmorra e não percebo? Talvez!

Na criação de nossa própria identidade, precisamos materializar o 'outro', aquilo que não queremos ser, para, assim, nos construir como ser pensante. Talvez esteja nesse processo ainda. Com apenas 23 anos, só me compete fazer algumas análises simplistas e, com mais bagagem, partir para o âmbito das ações.

Em relação ao Blog e a população de Adamantina, fiz e faço o papel da divulgação. Não me compete arbitrar sobre o que as pessoas irão ler em nossa cidade. Com apenas 3 meses de existência, acredito que sua meta esteja sendo cumprida.

abraço

Anônimo disse...

Bolo de ameixa

1 Bruno CRENTE
1 construtor do eu
1 blog independente
1 certeza de dever cumprido
90000000 esperanças

Coloque tudo no liquidificador e deixe 23 anos batendo.

Espere 3 meses para fermentar

Coloque pra assar em temperatura ambiente no "quarto escuro".

Após este longo processo, engula.
Dentro de 15 minutos corra para o banheiro e espere um novo nascimento.

Repita o processo até finalizar as esperanças.

Anônimo disse...

"Meninas" isso aqui é uma àgora ou uma Arca de Noé? Currupaco, currupaco...