quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Candidato sofredor

Brasileiro, sofrido, sem cultura e iludido
Candidato desalinhado, esperançoso e trabalhador
Poucas posses, poucas alegrias, muitas mágoas e esquecido
Tristonho, abatido, ainda assim lutador.

Face marcada pelo tormento da indecisão
Sem sorte nem norte, não aceita renunciar
Sabe que poucos votos não ganham eleição
Candidato teimoso, não chora e não vai chorar.

A miséria mora ao lado, seus vizinhos passam fome
A leishmaniose matou seu cachorro, feriu seu coração
Sabe que natimortos são anjos sepultados sem nome
Candidato abandonado, castigado pela solidão.

Ser de outro mundo, vive em penitência
Faz campanha sozinho, sem ajuda nem santinho
Candidato errante, luta com insistência
Depois de perder tudo, buscará outro caminho.

Candidato sofredor, com suas mágoas e sua dor
No final ficarão poucos pertences, quase tudo acabou
Restarão a família e o recado que a urna mandou
Para um lugar desconhecido, vai o candidato sofredor.

Candidato sofredor, sofredor sem destino
Derrotado na política, agora é visto como estorvo
Daqui a quatro anos, não pensará mais como menino
E nem em sonho será candidato de novo.

Obs: Apesar das mudanças ocorridas na legislação eleitoral terem reduzido as dificuldades dos candidatos mais humildes, o poder econômico continua sendo o grande divisor de águas em eleições municipais. Prova disso são os pretendentes ao cargo de vereador com menores chances de sucesso nas urnas. Esses, além de serem menosprezados pelos amigos, também são preteridos dentro do partido a que pertencem.
Assim, espero que “Candidato sofredor”, além de render algumas críticas a este pobre articulista, também sirva de reflexão aos coordenadores de campanha. Afinal, os poucos votos dos “sofredores” ajudam eleger pessoas privilegiadas.

32 comentários:

Everton Santos disse...

Mais um primoroso texto deste grande cidadão adamantinense... Parabéns!

Anônimo disse...

O sistema eleitoral brasileiro da lei Saraiva até a constituição de 1988 ouve uma evolução tremenda e veja que de 88 até hoje ela sofreu 52 emendas constitucionais. Talvez na reforma política emperrada no congresso venha modificações para atenuar essas disparidades. Excelente artigo Londrina um abraço

Mauro Cardin disse...

Gostaria de saber o que acha lucas lima sobre este artigo do Londrina.

Anônimo disse...

É triste ver o soberbo. Ainda mais quando é articulador.kkkkkkk Vivendo de migalhas, tem no candidato sofredor (todos) o seu alimento para continuar existindo.

Londrina disse...

Nem espelho, nem ex-candidato, nem nada. Apenas uma caricatura de Calígula, cuja história - e ambições - são páginas viradas. Mesmo assim, desejo sorte nas retratações cotidianas.kkkkkkkk

Anônimo disse...

Meu compadre Londrina me apresentou certo dia ao doutor Mauro Cardim
E este muito grã-fino, tratou-me dentro das normas.
Apertou minha mão e disse satisfação.
Eu disse da mesma forma.
Comecei a contar um causo pro doutor.
Era um jovem rapaz.
Que tinha uma vida sã
Mas que numa sertã manha.
Acidentou se num blog.
Ficando sem memória.
No auge de sua gloria.
Ele não refletia mais.
Essa jovem criatura.
Feliz e estudiosa.
Lia poesia e prosa.
E historia de bravuras.
Em um estado de coma.
Ficou em uma redoma.
Parado em sua cultura.

Anônimo disse...

"Oderint dum metuant!"
Nomeio você, meu belo carneiro, como novo chefe dessa ágora.
Venha com suas conspirações baratas, tente me matar, isso só vai ajudar a me eternizar.
Ajoelhe.

Anônimo disse...

Invocando-me Mauro como num terreiro de umbanda.

Sobre o artigo
Aos candidatos sofredores
Que não percam a vontade de ajudar as pessoas mesmo sabendo, que essas não são capazes de reconhecerem e retribuir essa ajuda.
Que não percam a garra mesmo sabendo que a derrota e a perda são dois adversários, extremamente perigosos.


Que não percam o romantismo mesmo sabendo que as flores não falam.


Agora ao meu nobre amigo vamos celebrar a vida não mais com cicuta, mas com uma bela xícara de chá de santo daime.

Volto para a tumba da solidão

Londrina disse...

Calígula,
"Sumptus funeris arbitrantur pro facultatibus, vel dignitate defuncti".
Não te matarei, o ostracismo será teu fim.
Reze.

Anônimo disse...

"Pai, quantas vezes fui vencido pelos poderosos; quantas vezes lutei pela natureza, democracia, funcionários públicos; quantas vezes escrevi e fingi textos articuladores para defender meu interesse; Ágora, Pai, peço com todas as forças que vc realize meu sonhe, quero ser igual a Você!"

"Filho, não estou na política, não sou articulador, vivo no ostracismo, fui rejeitado, cuspido, tentei uma vez ser um energúmeno, mas não consegui, isto é impossível, você, egocentrico, vai queimar em algum inferno."

Anônimo disse...

Calma gente, com o tempo esquentando desse jeito a molecada do blog não vai sair da toca tão cedo.
Vida longa a Calígula, Londrina e Cícero.
Ave César.

Anônimo disse...

quem seria Calígula, seria o mesmo que Lucas Lima, Espelho e Ex-candidato????

Anônimo disse...

Qui tacet, consentire videtur,da mihi factum,dabo tibi jus

Anônimo disse...

Quem será que sabe latin? Padre, Cacá, ou Mauro Cardim.

Anônimo disse...

tenho mais três sugestões anônimo: que tal Gilson Parisoto? ou quem sabe Alfredo Peixoto? ou talvez Luiz Carlos Galvão? afinal os três são professores de letras

Bruno Pinto Soares disse...

Grande Londrina,

Sempre que se envolve em algo sobra farpas para todos os lados!rs

Vejo que vc tem grandes admiradores, filósofos, mestres, doutores, grandes pensadores! Estão gastando o latim e as citações históricas por aqui!
A testosterona e a jactância jorram nessa página! Acho que vou convidar o Pe. Nelson para benzer esse espaço virtual. hahahaha

De qualquer forma, Parabéns! Sempre que vc escrever os ratos saem da toca!

Grande abraço

Anônimo disse...

Faço coro com o Bruno, à ágora esta ficando pequena pra tanto intelectual. rsrsrs

Anônimo disse...

Abá abaruna abaty awañene canhembora

Anônimo disse...

O Gilson ta vivo ?

Mauro Cardin disse...

- Londrina, da qualidade métrica de sua poesia nada posso dizer, porque quis o destino que entre a arte de Camões e este pobre apaixonado do texto houvesse total incompatibilidade. Mas o artigo é bom, faz uma crítica bem humorada, elegante, como devem ser as críticas entre concidadãos de uma pequena cidade. Parabéns mais uma vez. De certo modo, vc é um modelo que os mais novos podem levar em conta (embora às vezes também exagere, mas já conversamos sobre isso).
- "gilberto", como sua poesia que me tem por assunto obedece ao mesmo estilo, ou seja, tanto é bem humorada quanto elegante, também a ela me reporto. Adamantina tem dois grupos políticos, o Azul e o Vermelho, digamos. Pertenço ao Azul, e sou muito contra a forma do Vermelho fazer política. Já o vi no poder e não gostei. Não que eu me identifique plenamente com o Azul, ele até me traz um certo constrangimento, e é por isso que estou no meu canto. Tenho então uma posição política definida, e não a escondo. Quando surgir uma terceira força, melhor do que vermelhos e azuis, lá estarei. Espero sinceramente tê-lo ao meu lado. Pela forma com que escreve, deve ser uma pessoa muito inteligente e sensata. Abração a todos.

Unknown disse...

Senhores pecadores vejam o triste fim de um doutor. Foi deportado de Adamantina para Lucélia. De Lucélia irá para Mariápolis. De Mariápolis seguirá para Pracinha. De Pracinha para barranca do Rio do Peixe. Lá o doutor vai se transformar em "véio do rio", ficará nessas condições uns dez anos, e só então arderá nas chamas do inferno.
Daniel Dantas

Anônimo disse...

Mauro
Interessante abordagem, minha visão é diferente existem os leões e os cordeiros.
Os leões mandam os cordeiros obedecem quem foge dessa ótica como eu é massacrado.

Opinar sobre algum assunto eles já vão rotulando a algum interesse particular, isso pra desqualificar, minha, e de outros que opinam.

Os leões têm que entender que uma cidade pluralista evolui muito mais rapidamente, e eles serão os primeiros beneficiados.

Quanto a sua abordagem sobre o vermelho e o azul tem muito cordeiro que é camaleão cada hora muda de cor não por interesse, mas para sobreviver.

Quanto a uma terceira via ela já esta em gestação. A nova geração vai colocar um ponto final no provincianismo.

Anônimo disse...

Darwinismo político

A teoria da seleção natural de Charles Darwin foi uma maneira de explicar a diversidade de espécies de seres vivos através da evolução. A origem da espécie livro editado em 1859, foi um choque no seu lançamento, mas hoje é de cabeceira para qualquer biólogo.
Hoje em Adamantina observo a política local, e faço uma analise comparativa com obra cientifica de Darwin.
No Darwinismo político Adamantinense mostro minha teoria em cinco tópicos.
Primeiro A evolução como tal: nessa teoria o político não é constante ou criado recentemente, nem eterno ou vivendo de ciclos, mas que esta firmemente mudando, os políticos são transformado o tempo todo.
Segundo descendência comum: nessa teoria todo político descende de um antecessor comum.
Terceiro Multiplicação da espécie: essa teoria explica a enorme diversidade de políticos. Ela pressupõe que a espécies se multiplicam, dividindo ou em espécie filho, parentescos, ou até brotamento aquele político de uma população geograficamente isolada.
Quarto Gradualismo: segundo essa teoria a mudança evolutiva política ocorre através da mudança de pensamento gradual da população e não pela repentina de novos políticos.
Quinta Seleção natural: esta teoria, as mudanças evolutivas acontecem pela abundante produção de políticos com grande variedade genética, relativamente poucos sobrevivem.
O darwinismo político adamantinense não é uma teoria simples, nem que seja verdadeira ou falsa, mas é antes um programa de pesquisa altamente complexo que continuamente esta sendo modificado e melhorado.

Londrina disse...

Caros amigos.
Pelo visto, o negócio pegou fogo de vez. Já me xingaram de tudo e até em latim. Mas tudo bem, debater idéias é assim mesmo. Pena que está demorando para Mauro Cardin publicar um texto para ser avaliado pela galera. E, claro, para que nosso prestigiado mestre sinta na pele um pouquinho da fúria de algumas almas penadas que escaparam do purgatório. Em tempo: Jaraguá você é hesareaha, hesakã, hecharamo e opytaitéva.
Abraços.

Anônimo disse...

eu, por exemplo, prefiro os textos do mauro cardin. Essa coisa fajuta de inscritor que vc é dá ânsia.

Anônimo disse...

Onde esta o locutorzinho sumiu? Não foge não criança o papai aqui esta te esperando ou você só é bom com um microfone na boca, me agrediu tanto um tempo atrás, vem debater, você e seus amiguinhos têm muito que aprender.

Bruno Pinto Soares disse...

Politiqueiro... de quem está falando??

Anônimo disse...

Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz,estou com sono, não acontece nada aqui hoje ?

Jé Theodoro disse...

Deeeeen....Deeeeen....Segundo Round!

Ta virando lavação de roupa suja, vamos esquecer os comentarios desse texto, muito bem elaborado, muito bem direcionado, e principalmente, muito bem lembrado, os ataques anonimos acabam com a idéia original do blog, que é de discutir os assuntos cotidianos da cidade, alguém publique outro texto logo e vamos partir pra outra...abraços!

Barretos + Verde disse...

Londrina otimo seus textos
Saudades
Tenha uma otima semana

Londrina disse...

Jéssica Maria
Agradeço os elogios, no entanto tenho que fazer uma ressalva; meus textos não são ótimos, você que é uma ótima amiga.
Abraços.

Anônimo disse...

mandei um lindo imail para ti