segunda-feira, 28 de julho de 2008

Corrupção: uma doença que precisa ser vencida

Roubar é tomar dinheiro ou bens que pertencem a outros. Existem, porém, muitas formas de roubar: com ou sem violência, enganando ou não quem está sendo roubado. Nossa sociedade considera o roubo um crime, a ser sempre punido e, nenhuma sociedade em que o roubo seja aceito consegue sobreviver.
A corrupção é uma forma de roubo em que existe a conivência de quem toma conta do dinheiro ou dos bens roubados, exemplo dentro de uma empresa ou em negócios entre empresas, e entre pessoas e empresas. Quem se deixa corromper, ajudando o ladrão, ou facilitando sua ação, rouba também, porque sempre fica com uma parte do que foi roubado, ou obtém alguma vantagem pessoas em prejuízo de quem foi roubado.
A palavra corrupção é, no entanto, mais usada quando o dinheiro ou bens roubados são públicos, de propriedade de todos. Neste caso, quem rouba ou facilita o roubo, exerce funções de governo, ou seja, são os próprios responsáveis pela guarda ou pela administração desse dinheiro público, como se diz, tem de haver, dentro e fora do governo, uma rede de interessados em sugá-los para seus bolsos.
A corrupção é uma perigosa deterioração dos costumes sociais, é como uma doença que vai contagiando e destruindo os órgãos em que ela penetra. Todavia, em pleno século XXI, ainda existem pessoas crentes que a função do vereador é parecer “burrinho de presépio”, só balançar a cabeça. Ainda têm aqueles candidatos que pensam que a Câmara Municipal pertence ao Poder Executivo. Tem pessoas que pensam que quatro anos não passam nunca. Outras pensam que oito anos não chegam ao fim.
O povo não é mais inocente, como antigamente. Veja a próxima eleição! Quem semeia ventos colhe tempestades.
Como diria o grande jurista Rui Barbosa “a improbidade não consiste simplesmente em emporcalhar as mãos no dinheiro alheio. O homem de consciência suja pode lavá-la em quantos sabonetes entender: não terá na epiderme um ponto limpo.”

7 comentários:

Anônimo disse...

No setor publico instrumento eficaz de combater a corrupção é a transparência, é preciso ter políticas de longo prazo, preventivas, informatizar, os processos de gestão permitir que o cidadão fiscalize a execução orçamentária. “ Everton excelente artigo, termino com a famosa frase do Lord Acton,” O poder tende a corromper e o poder absoluto corrompe absolutamente “.

Londrina disse...

Parabéns pelo artigo. Está ótimo. Aliás, tudo que você escreveu está acontecendo numa cidade vizinha, onde os três candidatos ao cargo de prefeito tiveram suas pretenções impugnadas pela justiça eleitoral. Pena que nem sempre isso acontece.

Rubens Galdino da Silva disse...

Caro Everton, tenho opinião semelhante a sua quanto à questão posta. Apenas gostaria de dizer que, embora condenável, a corrupção é inerente à condição humana. O problema está na ausência de mecanismos mais eficazes de controle da esfera pública pela sociedade civil. Quando falamos de corrupção temos a mania de centrar no 1º escalão de governo. Essa instância é mais visada e, com isso, o controle é exercido, ainda que precariamente. O problema está nos escalões inferiores. Que controle a sociedade exerce sobre o que ocorre nas secretarias de governo, nos almoxarifados, no setor de estoques, no uso das viaturas, no gasto de combustíveis, nos postos de saúde, no setor de obras etc? E assim vai... Sinto que, mesmo nos países mais desenvolvidos, o controle desses setores inferiores é muito precário. O que fazer? Sinto-me limitado a dar uma resposta à questão. Porém, acredito, importante é estar vigilante e, na medida do possível, trabalhar para o aprimoramento do nível de organização da sociedade. Essa é uma tarefa hércula e, talvez, dê muitas gerações. Abraços, Rubens Galdino

Anônimo disse...

Caro Everton,

Essa questão já foi muito debatida em nossa cidade e nos dias atuais saiu de moda. Será que houve melhoras efetivas?

Acredito, assim como o professor Rubens, que a própria condição humana nos impele a tirar vantagem em várias questões e no setor público isso não é diferente. Todavia, a democracia nos dá mecanismos para limitar o poder dos corruptos e retirá-los do poder após esses desvios morais.
Cabe a nós, eleitores e cidadãos, não deixar que isso ocorra.

Não podemos nos esconder em questões históricas e sociológicas acreditando que questões culturais não podem ser mudadas.
Acredito que uma sociedade politizada e consciente pode limitar esse processo. O que nos dá a esperança de que a mudança está em nosso alcançe!

Espero que os adamantineses estejam consciente disso em outubro.

abraço

Everton Santos disse...

Caros, acredito sim que a corrupção, pelo menos no Brasil, nunca saiu de moda, basta olhar para Brasília... Não compactuo com o comentário sobre a corrupção ser inerente ao "homem". Tal conceito, reflete apenas o momento e a maioria, todavia, temos exemplos de pessoas desprovidas de tal "característica"... o problema, na minha opinião, é que sempre ficamos satisfeitos com a mediocridade dos políticos e dos agentes públicos...

Anônimo disse...

Oi Everton,

Acho que o brasileiro gosta de levar vantagem em tudo. Se estiver por cima da carne seca, com certeza esquecerá tudo o que disse antes, quanto a moralidades e respeito ao dinheiro público, e também vai querer levar o "seu".
Acredito que estas coisas deixarão de acontecer a partir do momento que o cidadão realmente tiver consiência do seu papel na sociedade.

Abraços,

Cacá

Everton Santos disse...

Pois é... Caro Cacá, acredito que tudo será melhor quando deixarem apenas de mudar o nome das "moscas" que sobrevoam a merda! Não adianta nada criticar uns por terem ganho h/a para viajar e pagar h/a para outro... mesmo que o objetivo seja este ou aquele, melhor ou pior... Precisamos de posturas éticas, não apenas discurso! Abraços, grato pelos comentários.