segunda-feira, 21 de julho de 2008

A cultura não está órfã em Adamantina.

Há uma grande transformação em curso. Silenciosa, mas não despercebida, uma mudança extremamente importante ocorre há quatro anos em nossa cidade e começa a dar frutos importantes, que deverão ser colhidos por gerações futuras. Apesar de muitos percalços e diversos problemas ‘ela’ reapareceu. Estou falando da Cultura em Adamantina. Não que não houvesse manifestações culturais nos anos anteriores. Elas estavam aqui e acolá, mantidas pelo diletantismo de alguns que tentavam a todo custo manter algo vivo e disponível para a população. Algo insuficiente e que não atendia às necessidades de nossos cidadãos. Todavia, no decorrer dos últimos anos, um trabalho sistemático e bem engendrado foi lançado e um verdadeiro renascimento ocorreu em nosso município. Alguns mais sisudos podem contestar, afirmando que, para quem não tinha nada, qualquer faísca pode parecer fogueira. No entanto, trabalhando com orçamentos reduzidos e lutando contra a falta de interesse, o trabalho realizado por essa secretaria merece maior atenção. Desde a reativação do Projeto Guri, trabalho importante realizado com crianças carentes, a reabilitação da Banda Marcial, a reestruturação de nossa Biblioteca Pública, o projeto Rock na Praça, a vinda de peças teatrais, as oficinas, as diversas exposições, a iniciativa do ‘Vá ao cinema’, a criação dos conselhos municipais, para citar alguns, demonstram um trabalho muito bem feito e que merece maior reconhecimento dos adamantinenses. Trabalho esse, levado a cabo por dois secretários e suas equipes que se esforçaram para que essa transformação ocorresse. É claro que há problemas e alguns pontos devem ser mais bem debatidos. É o caso de uma efetiva integração da Secretaria com as escolas da cidade, uma maior atenção ao patrimônio histórico local e a atuação mais incisiva dos diversos conselhos culturais. Seria de suma importância também a maior participação do empresariado local no financiamento de nossas práticas culturais, assim como a elaboração de leis municipais que favorecessem essa empreitada. Bandeira essa que poderia ser levantada por pessoas envolvidas nesses projetos. Todavia, devemos destacar que algumas bases foram lançadas e que o trabalho, árduo e contínuo, deve ser o norte nessas questões. Pouco se fala nessa transformação. Ela não é tão marcante quanto à reforma de uma praça ou um recapeamento de alguma rua. Tão pouco é mencionada em palanques ou discutida em projetos de governo. Entretanto seu rastro deixa profundas marcas e seus resultados poderão ser sentidos ao longo dos anos. Fica o recado aos postulantes ao legislativo e ao executivo. Tratem com maior atenção o assunto e criem subsídios para que os projetos fluam e continuem nos próximos anos. A população adamantinense só teria a agradecer.

13 comentários:

Everton Santos disse...

O cenário cultural de Adamantina evoluiu muito nos últimos anos em decorrência da criação de uma secretaria exclusiva para a pasta, mas, principalmente pela promoção de atividades direcionadas ao público.
A geografia cultural da cidade, no entanto, ainda não se compara à de cidades maiores, com a descentralização dos espetáculos, porém a seqüência do árduo trabalho já proporciona diversos benefícios aos moradores de uma cidade/região marcada, até a década de 90, pela falta de atenção e políticas públicas afirmativas na área.
A promoção de eventos culturais sempre foi deficitária na região. A falta de incentivo ainda é uma realidade, que inviabiliza e desmotiva, todavia, a promoção de eventos culturais - antes deficitária na região - está sendo aplaudida pelo público. Ontem, domingo, 20/07/08, quem chegou perto das 20h30 na Biblioteca ou assistiu a peça “Vestido de Noiva” em pé ou foi tomar café. A “casa” estava lotada. Parabéns!

Sebar disse...

Entendo que nestes últimos anos a área cultural em terras provincianas esteve de vento em popa, portanto, agora, tem mais é que continuar aproveitando a ventania cultural para fazer a diferença...
Sebar

Chiquinho Toffoli disse...

Creio que o Bruno sintetizou muito bem o que está acontecendo na Cultura em Adamantina. Parabéns.

Anônimo disse...

Muito bom Bruno, a gente não quer só comida, a gente quer comida diversão e arte.

Jé Theodoro disse...

Bruno, a FAI tem um departamento de estudos históricos e geograficos muito carente de projetos cientificos, não por falta de vontade, mas por falta de estrutura, sei disso pois me formei em história por esta faculdade, talvez a adoção do acervo histórico da prefeitura de Adamantina que esta sob guarda da secretaria de cultura, por este departamento da FAI de uma valorizada nesse material...abraços!

Anônimo disse...

Olá pessoal,

Acredito que a Secretaria da Cultura está fazendo um ótimo trabalho nessa gestão. Desde a época do Cacá, e com a continuidade dada pelo Acácio, os projetos estão sendo executados e podemos afirmar, sem sombra de dúvida, que existe uma política cultural em Adamantina.

Como o Jeferson disse, acredito que a FAI deveria ser a gestora de nosso arquivo histórico, usando os alunos de História como estagiários e promovendo o aprendizado no manuseio de fontes. Fora que a História da cidade seria reescrita por um viés acadêmico, coisa que não temos ainda.

Espero que nosso secretário batalhe por isso!

Everton Santos disse...

Caro Bruno, acredito que as políticas públicas devem ser encaradas como um projeto da cidade e não de pessoas. Lógico que os "pioneiros" da promoção cultural devem ser lembrados, mas nunca colocados à frente dos projetos. A sugestão do amigo Jeferson é viável, todavia, porém, entretanto, talvez, falte um pouco de vontade para atender os anseios populares diretamente... deixemos de lado as ilações filosóficas sobre o "nada" e vamos partir para o real... basta iniciar um processo, assim como foi feito na área cultural...

Chiquinho Toffoli disse...

No passado já foi tentado passar o Arquivo Histórico para a FAI. Não sei se seria o ideal,acho que perde o fator comunitário. Parece que fica uma coisa só para universitários.A população deve ter acesso total aos documentos. O que falta é estrutura física e pessoal. Que tal constar nos programas dos candidatos a prefeito?

Sebar disse...

Neste caso em pauta, creio que, comunidade local, até mesmo em nível regional e por meio de um projeto de pesquisa na área acadêmica, pode-se trabalhar em parceria visando os mesmos objetivos quanto ao acervo histórico...

Jé Theodoro disse...

Acredito que o acervo histórico em si de pouca utilidade é para a população adamantinense, como fontes históricas devem ser trabalhadas por profissionais da área para serem transformadas em informações, essas sim interessantes para a população. Hoje(acredito que ainda) o acervo divide uma sala no piso superior da biblioteca municipal com materias de diversas procedências, e se ele ainda existe é graças ao zelo e esforço do meu estimado amigo Chiquinho Toffoli.
Sob guarda de uma instituição que tem interesse direto sobre ele(o que não é o caso da prefeitura, e sim da FAI) o acervo receberia o suporte que merece.

Sebar disse...

reforçando aqui e ali, para dar o suporte necessário em projetos voltados para a memória disto ou daquilo, antes de qualquer iniciativa deste ou daquele lado, exige-se projetos afins aos objetivos da proposta, neste caso em pauta, NÃO BASTA PRESERVAR, É NECESSÁRIO PARTICIPAR...

Jé Theodoro disse...

Na falta destes projetos, preservar foi essencial para a sobrevivência do acervo.
Quem faria o tal projeto então...temos varios historiadores interessados no acervo, Fernando Perli cordenador do curso de história da FAI adoraria a idéia acredito, Bruno Soares e Rubens Galdino membros deste blog também sâo historiadores, eu mesmo, porém não estou mais proximo da cidade para colaborar efetivamente com o projeto, qualquer idéia por favor me comuniquem.

Anônimo disse...

bom