quinta-feira, 17 de julho de 2008

ENTRE TAPAS E BEIJOS


As “mulheres”, que não são mulheres de bandido, ofereço.


Existem situações que não consigo compreender. O famoso amor bandido, vivido nas novelas, filmes e, principalmente, na vida real é intrigante. A mulher ou o homem que, apesar das barbaridades sofridas pelo parceiro algoz, volta aos braços do amado ou da amada, resumindo todos os problemas de relacionamento em uma grande noite de amor, nos faz acreditar que aquela frase babaca: “o amor é lindo!”, tem um poder sobre-humano. A mulher do malandro apanha por vários motivos, às vezes está certa, outras está errada, mas apanha. Sua maneira de pensar é medíocre. Aceitando o que o amado lhe impõe, mostra que a sua vontade única, é uma boa noite de lençóis suados de “amor bandido”.
Diante dos conturbados problemas de relacionamento, a mulher do malandro fala mal do amado, diz que ele não presta, que é um grande sem vergonha, que não tem vergonha na cara. O seu lamento ultrapassa as paredes de sua casa e chega à casa dos vizinhos, dos melhores amigos e à casa de seus pais. Todos sabem que ela, a mulher do malandro, tem graves problemas com o amado, afinal ela gritou para a cidade toda que ele, o malandro, é um grande safado. Mas o malandro não é besta, o primeiro 171 que aplica na parceira, faz com que se derreta, então todos ficam boquiabertos com a mulher, que há tempos atrás difamava o parceiro e que agora está se deliciando com os prazeres da carne. Será que ela o ama de verdade, ou quer apenas satisfazer os seus mais dissimulados desejos?
Podemos adequar o exemplo da mulher do malandro com o atual panorama político brasileiro-adamantinense. Tem gente por aí que “apanhou” bastante, ficou de olho roxo e jogado às traças. A única coisa que sabia fazer era caluniar seu amado, dizer que ele era péssimo, que não prestava. Ficava vagando pelas esquinas, maldizendo seu amante. Chegou, inclusive, a prometer seu amor para outros, disse que não se uniria com ele, que sua vida a partir de agora seria diferente, um novo projeto para um novo tempo. Mas o desejo pelo amado foi mais forte, sua volúpia foi atiçada e o amor que prometera a outros foi por água a baixo, diante do primeiro piscar de olhos. Afinal, malandro que é malandro nunca perde a sua mulher. A mulher mais uma vez deixou seus valores para trás e se entregou a uma noite de prazer, afinal, estar por cima apenas pelo prazer do poder é muito bom, presumo eu.
Quanto a nós, que assistimos esta patifaria político-matrimonial, nos resta apenas continuar intrigados com as atitudes da mulher do malandro e nos perguntar: “Ainda existe ideologia, ou tudo é feito para se manter por cima nesta suruba sem vergonha? Ficamos sem saber quem é pior, o malandro que xaveca ou a mulher que aceita esta situação. Para terminar, sugiro aos políticos do nosso Brasil varonil um trecho da letra da canção “É”, de Gonzaguinha: “É! A gente quer viver pleno direito. A gente quer viver todo respeito. A gente quer viver uma nação. A gente quer é ser um cidadão... É! A gente não tem cara de panaca. A gente não tem jeito de babaca. A gente não está com a bunda exposta na janela prá passar a mão nela...”.

10 comentários:

Anônimo disse...

Tudo bom Caca, nesse artigo que tu escreveste vou ficar em cima do muro com aquele ditado, em briga de marido e mulher ninguém mete a colher.

Anônimo disse...

É isso aí meu caro Ortega. Se tiver espaço, vou ficar com você nesse muro que serve de camarote, assistindo ao grande espetáculo teatral da falta de coerência ideológica.

Anônimo disse...

Cacá eu ando meio afastado de Adamantina e do contexto político-amoroso da cidade...sempre soube que vc adora escrever em metaforas, mas eu fiquei um tanto perdido no texto, nele vc se refere ao contexto político local ou nacional!?...abraços...e parabéns a todos pela iniciativa!

Anônimo disse...

Caro Jé Theodoro,

Se você está fora de Adamantina, realmente fica dificíl entender algumas coisas que digo neste artigo. No texto eu escreví:"Podemos adequar o exemplo da mulher do malandro com o atual panorama político brasileiro-adamantinense".
Esta malandragem acontece em todo país e nas últimas semamas, como não poderia deixar de ser, aconteceu aqui em Adamantina. Gente que até pouco tempo se ofendia, de repente se uniram: "unidos pelo bem da cidade". Dá para acreditar que eles deixaram as diferenças para trás bem em tempos de campanha eleitoral? Se eles realmente amam a cidade, por que não se uniram antes? Por que somente agora? Será um favorzinho aqui? Uma arrumadinha ali?
Isso acontece em todo país e como não poderia deixar de ser, aconteceu em "Dramantina".
Abraços,

Cacá

Anônimo disse...

É realmente...o jeitinho adamantinense de politicar...abraços!

Everton Santos disse...

Bom... primeiro parabéns pelo artigo. Realmente isso acontece aqui e acolá, mas não é de hoje. Grandes inimigos políticos tornaram-se "aliados" da noite pro dia. Nos bastidores, os acordos foram feitos e a população, como sempre, depois da eleição, pagou o pato. O problema é que para mudar isso, é preciso acabar com os coronéis da política e incentivar a participação popular. Talvez daqui uns 100 anos consigamos... quem sabe?

Anônimo disse...

Com certeza Everton. Não é de agora não. Como todos sabem, até o busto do Cônego João Baptista de Aquino (ex-prefeito) já foi arrastado pelos partidários de um grupo de coronéis da cidade que eram oposição a ele. E assim vai. Votamos não no melhor, mas como dizem "no menos pior"

Anônimo disse...

Grande Cacá!!

A questão que vc levantou é de grande relevância para o entendimento do cenário político adamantinense. Muitos dirão que isso ocorre em muito lugares, mas não podemos esquecer que nesse espaço discutimos problemas referentes a nossa cidade.

Não tenho muito o que dizer em relação a isso, pois também escrevi um artigo sobre um grande 'teatro' ocorrido num domingo qualquer.

E já tentaram me convencer que esse tipo de 'união política' foi algo bem orquestrado pela 'direita adamantinense' (que alcunha pomposa, não?!) e por isso eu, um jovem mancebo esquerdista, não entenderia muito bem....

Nos tratam com muita arrogância!

Grande abraço

Anônimo disse...

Caro Bruno-Mancebo,

Nos tratam com arrogância, mas acreditam que somos "o futuro da nação". Que país-cidade é este?

Abraços,

Cacá

Sebar disse...

Nestas questões relacionadas com a política tupiniquim,os maus exemplos disto e daquilo, para isto e mais aquilo, ainda, sem mais e sem menos, estão estampados em todos os cantos do País do faz de conta para muitas demonstrações da arte pitoresca de se fazer política por meio das trocas nada simbólicas da politicagem...